CRISES EPILÉTICAS

De acordo com a classificação de 2017 da International League Against Epilepsy - ILAE [Liga Internacional contra a Epilepsia], as crises epiléticas são geralmente descritas em três grupos principais, dependendo do local onde têm início: início focal, início generalizado e início desconhecido.

AS CRISES TÊM IMPACTO NAS FUNÇÕES CEREBRAIS.

O QUE LHE ACONTECE
DURANTE A CRISE DEPENDE
DA PARTE DO SEU
CÉREBRO QUE É
AFETADA.

Existem vários milhões de células nervosas no cérebro que são responsáveis ​​pela passagem de sinais elétricos entre si e, todas juntas, contribuem para o seu correto funcionamento. A interrupção ou sobrecarga desses sinais pode conduzir a crises com consequente impacto nas funções cerebrais, como o humor, a memória, o movimento, entre outras.
 
Existem muitos tipos diferentes de crises. O que acontece consigo durante uma crise depende da parte do seu cérebro que é afetada. Em alguns tipos de crises, a pessoa permanece alerta e consciente do que está a acontecer à sua volta, mas noutros tipos poderá ocorrer perda de consciência. Poderá ter sensações, sentimentos ou movimentos invulgares. Ou poderá ficar rígido, cair no chão e ter convulsões.
 

É importante distinguir crises de epilepsia. Uma crise é um evento que pode ser sintoma de outros problemas médicos. Algumas crises são causadas por condições como baixos níveis de açúcar no sangue (hipoglicemia), por alterações no funcionamento do coração ou mesmo por temperatura elevada que pode ocorrer em crianças pequenas, conhecidas como crises febris.
 
Para entender as crises epiléticas e a sua classificação, é útil saber que o cérebro está dividido em duas metades, chamadas hemisférios. Cada hemisfério tem quatro partes, chamadas lobos, e cada lobo é responsável por diferentes funções.

AS CRISES
SÃO GERALMENTE
CLASSIFICADAS
EM TRÊS GRANDES
GRUPOS.

De acordo com a classificação de 2017 da International League Against Epilepsy [Liga Internacional contra a Epilepsia], as crises são geralmente divididas em três grupos principais, dependendo do local onde têm início: início focal, início generalizado e início desconhecido.
 
As crises epiléticas podem começar num hemisfério (crises focais) ou afetar os dois hemisférios desde o início (crises generalizadas). 

CRISES EPILÉTICAS

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CRISES FOCAIS

O termo focal é usado em vez de parcial para ser mais preciso quando se fala sobre o local onde as crises começam. Cerca de 60% das pessoas com epilepsia têm crises focais. As crises focais têm origem no interior de uma rede neuronal limitada a um hemisfério e podem afetar uma grande parte desse hemisfério ou apenas uma pequena área num dos seus lobos. O que acontece durante uma crise focal depende da área (lobo) do cérebro que é afetada e da generalização da crise, ou não, podendo afetar outras áreas. Algumas crises focais envolvem movimentos, chamados sintomas motores, e algumas envolvem sentimentos ou sensações invulgares, chamados sintomas não motores.

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CRISES GENERALIZADAS

Estas crises começam simultaneamente em ambos os hemisférios do cérebro. Elas afetam todo o cérebro e, na maioria dos casos, causam perda de consciência. O episódio pode durar alguns segundos ou minutos e não existe qualquer recordação do que aconteceu. Tal como nas crises focais, estas crises podem ser classificadas como motoras ou não motoras, de acordo com as suas manifestações.

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CRISES DE ORIGEM DESCONHECIDA

Quando o início de uma crise não é conhecido, esta é chamada de crise de origem desconhecida. Uma crise também pode ser denominada de origem desconhecida se não for testemunhada ou vista por alguém, por exemplo, quando as crises ocorrem à noite ou em pessoas que moram sozinhas.
À medida que mais informações são obtidas, uma crise de origem desconhecida pode, mais tarde, ser diagnosticada como uma crise focal ou generalizada.

Nem todas as crises são facilmente definidas como focais ou generalizadas. Algumas pessoas têm crises que começam como crises focais, mas depois generalizam para todo o cérebro. Isso é chamado crise focal com evolução para crise tónico-clónica bilateral (anteriormente denominada crise tónico-clónica secundariamente generalizada). As crises podem ser diferentes de pessoa para pessoa e ter epilepsia não significa que se saiba o tipo de crises que se tem.
 
O que acontece depois de uma crise varia de pessoa para pessoa. Algumas pessoas recuperam imediatamente após uma crise, enquanto outras podem levar minutos ou horas para se sentirem como antes da crise. Durante esse período, elas podem sentir-se cansadas, sonolentas, fracas ou confusas.

Fatores precipitantes de crises epiléticas
Esteja atento!

FATORES QUE PODEM DESENCADEAR CRISES

Alguns fatores podem desencadear crises numa pessoa com epilepsia. Por outras palavras, certos precipitantes podem causar uma crise epilética. Eles não são a causa da crise em si, mas aumentam a probabilidade de ocorrência da mesma. Nem todas as pessoas têm esses precipitantes de crises epiléticas e um fator que pode desencadear uma crise numa pessoa pode não afetar outras da mesma forma.
 
 

(Tomar a medicação para a epilepsia regularmente e de acordo com as instruções do médico é essencial para manter uma concentração constante do medicamento no sangue. Vários estudos mostram que o esquecimento de uma dose do medicamento para a epilepsia aumenta o risco de desenvolver uma crise epilética);
(3 em cada 100 pessoas com epilepsia têm crises desencadeadas por luzes intermitentes ou com padrões brilhantes. Este fenómeno é chamado epilepsia fotossensível);
(algumas mulheres com epilepsia têm maior suscetibilidade a crises durante certos períodos do ciclo menstrual);

(algumas pessoas dizem que são mais propensas a crises quando estão doentes com infeções que causam febre alta).
 

É bom relembrar que cada caso é um caso e que as pessoas com epilepsia não reagem todas da mesma forma, nem as crises são desencadeadas pelos mesmos fatores.